terça-feira, 15 de março de 2011

Da resignação ao inexplicável.



E caminhávamos, eu e Fé, pela floresta de Aokigahara. Era noite. Ouvíamos os sussurros das árvores. A neblina parecia querer cegar nossa razão. Havia medo, por conhecimento de causa e por fatos ocorridos. Estávamos abalados e só tínhamos um ao outro.

Enquanto o terror e o pânico gelavam cada centímetro da minha epiderme, buscávamos encontrar no malicioso labirinto do meu coração por uma velha amiga. Só com ela poderíamos encontrar o conforto e o calor necessário para conseguir sobreviver tempo suficiente para, quem sabe um dia, encontrar uma saída para aquele inferno. Buscávamos encontrar Esperança.

Como em um triller de horror japonês, corríamos desesperadamente por aquela mata, enquanto houvesse fôlego.

(...)

E, uma vida e meia depois, quando Fé e Esperança já haviam ficado para trás nessa jornada, quando já havia me acostumado com a idéia de minha epopéia tornar-se um monólogo, felizmente, eu encontrei um motivo para voltar a sorrir.

E fez-se luz. Os fantasmas da floresta voltaram para o submundo do qual nunca deveriam ter saído. E o sentimento de ser e estar incompleto deu lugar a um sentimento que eu ainda não conhecia. Que buscava. Por vezes, havia escrito a respeito. Hoje, esse sentimento está impregnado no meu cheiro. Está calcificado em meus ossos. Está no brilho dos meus olhos. Está na chama acesa da minha alma.

Em um lapso de inteligência, em um momento de intuição, em um dia de paz de espírito e em uma noite de colírio aos olhos, eu encontrei a peça que faltava para completar a complexa imagem de quem eu sou.

Epifania.

Um comentário:

  1. Epifania a aparição ou manifestação divina. Por extensão, o termo é aplicado a qualquer momento de encontro com o divino em nossas vidas. AS vezes no meio da escuridão surge as pequenas epifanias, sussurros do amor divino em nossos ouvidos. Basta aprender a ouvir, sentir e as vezes nos redimir, e pedir perdão. Sei que esta é a coisa certa!!!

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